quarta-feira, 13 de abril de 2011

Anatomia na Arte

História  da  Arte  e  ao
período histórico cultural conhecido como Renascimento. Poderia inclusive,
ser  utilizado  no  ensino  de  história  da  arte,  mostrando  que  além  das
largamente conhecidas obras pictóricas de Leonardo como a Última Ceia e
Mona  Lisa,  este  formidável  gênio  também  se  preocupou  com  outras
esferas do conhecimento.
As relações entre os desenhos e os conceitos derivados de Aristóteles e de
Galeno,  adotados  durante  o  Renascimento  e  atualmente  considerados
errôneos  frente  aos  conhecimentos  modernos  de  Fisiologia  e  Anatomia
Humanas, permitem a aprendizagem de forma inovadora e pouco usual. 
Após  conhecer  as  iniciativas  de  Leonardo  e  Vesalius,  o  leitor  tem  a
oportunidade de observar detalhes de seus desenhos anatômicos sempre
acompanhados  de  curiosidades  a  respeito  de  conhecimentos
contemporâneos  e,  através  de  esquemas  e  imagens  didaticamente
selecionadas, aprende detalhes da  fisiologia do sistema a que pertence à
estrutura desenhada por aqueles ilustres artistas-cientistas.
Um personagem como Leonardo da Vinci,  tão conhecido e divulgado nos
mais diversos meios, acaba servindo como estímulo para a aprendizagem
e, embora não sendo um cientista no sentido moderno da palavra, pode-
se  perceber  que muitas  de  suas  descobertas,  não  divulgadas  devido  ao
desconhecimento  de  seus  estudos,  precederam  obras  de  Vesalius  e  de
outros estudiosos mais modernos. O catálogo de Sottani e Castelli (1979)
oferece interessantes exemplos dos desenhos executados por Leonardo.
Obra de Vesalius, foi invertida com a finalidade de
demonstrar sua origem a partir de original de Ticiano (c.1485-1576).
A presença de um crânio isolado nas imagens artísticas ou de uma planta
ressequida  destituída  de  folhas  sugere  a  transitoriedade  da  vida.  Neste
caso,  o  personagem  parece  refletir  sobre  a  morte  futura,  porém,  ele
próprio já morreu. Afinal, trata-se de um esqueleto.
Leonardo  foi um precursor de Vesalius. Em seus desenhos utilizou-se de
proporções  no  corpo  humano  que  até  hoje  são  ensinadas  nas  aulas  de
desenho  e  pintura.  Tais  proporções  obedecem  àquelas  utilizadas  em
pinturas  como  medidas  ideais.  Aliás,  muitas  vezes,  os  pintores
desenhavam  seus  personagens  nus  para,  posteriormente,  vesti-los.  Em
pinturas sacras essa pose suplicante é assumida perante a  figura de um
santo,  da  Virgem  ou  do  próprio  Cristo.  Neste  caso,  o  esqueleto  parece
rogar aos céus, apoiado à pá que o enterrou.
Leonardo detalhava as expressões no limite das possibilidades das feições
humanas  em  diferentes  situações,  preocupando-se  com  a  anatomia  dos
músculos  e  vasos  sangüíneos,  permitindo  transparecer  em  sua  obra
emoções e, por vezes, até sentimentos de extrema violência, como pode
ser observado nesta obra sua copiada por Rubens.

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